Exatidão: etapa fundo do poço

     Que nostalgia essa sensação de declínio. É como estar caindo num poço bem fundo e escuro, nada se vê, mas bilhões de pensamentos passam pelo psicodelismo em voluto do seu cérebro, atordoam-no deixando-o completamente vulnerável. E quando se chega ao fundo do poço, o corpo se parte. E a alma, sozinha, se perde em meio ao ressoar do vento, que passa vagarosamente sobre o fundo buraco negro e deixa apenas o toque da brisa calma.
     A noite já pairava, e que noite bonita. O céu, nauseado por uma dimensão de estrelas e astros, juntos e misturados enfeitando-no como numa noite de ano novo. E me perguntei com quantos céus se fazia uma esperança, no enlace das mentiras, urradas por um moinho de desprezo perdeu-se dentro daquele grande buraco escuro. 
     O sol manhã iluminava o poço, que exatidão. E o novo dia anunciara, nada está perdido, a vida é a eterna volúpia dos desprezares, e o fundo do poço, na maior parte das vezes, pode ser sua própria superfície.

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