Twitter e outras drogas
Grande parte dos jovens de hoje, entre 13 e 21 anos
têm procurado as redes sociais como forma de entretenimento e integração
social. Sendo vistas como “mundo virtual” essas redes estão direcionando seus
integrantes a se sentir cada vez mais parte desse “mundinho”, onde desajustados,
“nerds”, excluídos, tímidos, valentões (a), gostosões (a) e babacas podem ter a
vida como sempre desejaram, ou acham que podem.
Há poucos anos eram os jogos de RPG
e MMO que tinham tal função, proporcionar outra realidade. Não obstante, os
tempos mudaram, e consigo a mentalidade e necessidades do ser humano. Ele tem
se mostrado cada vez mais dependente, o que pode ser preocupante para um país
em desenvolvimento como o Brasil e que carece de profissionais e seres humanos
cada vez mais pensantes.
Mas o assunto principal não envolve
somente o desenvolvimento social e profissional, como também o pessoal. O Twitter
tem sido um dos meios mais abrangentes quando se diz respeito às questões
sociais e pessoais. O micro blog deixa à flor da pele a vida pessoal e
transparece a personalidade de cada pessoa, mais do que o necessário. O problema
maior é: pra que serve o Twitter?
Além de propiciar entretenimento,
diversão e distração, muitas pessoas têm o utilizado como forma opcional e
única de fama. E isso tem se propagado, com a formação das ditas “panelinhas” e
clubinhos sociais. Será que os tuiteiros acham que estão brincando de the sims?
Esqueceram quais são seus valores morais e pessoais? O pior de tudo isso não é
a fama que tem tomado à cabeça de tantas pessoas, que se autonomeiam melhores e
superiores que aqueles que são “menos” conhecidos. Além de promoverem sua
imagem comercialmente, perderam a noção do limite. Agem ridicularmente tentando
chamar a atenção. Causam polêmicas idiotas e atitudes desprezíveis para que
seus “seguidores” achem engraçado e divertido seu comportamento imoral e
deprimente. Criam panelinhas, nas quais pessoas tão desprezíveis quanto seus “twitters”
se reúnem com o intuito de menosprezar a imagem alheia, como se fossem os
únicos merecedores de méritos.
É uma verdadeira decepção que redes
sociais como esta tenham chegado a tal situação. Mas ainda mais decepcionante são as pessoas que nela integram, pessoas de
baixo calão, preocupadas demais com seu próprio umbigo que perderam a
capacidade de raciocínio.
O que era tido como “entretenimento”
virou competição, e isso não mudará tão cedo se depender das atitudes dessa nova
sociedade que tem se formado; uma vez que além do Twitter, atitudes
irreverentes e de típicas crianças tem se disseminado por diversas redes
sociais como Ask.fm, Facebook e até mesmo Instagram.
O ser humano pós-moderno perde cada
vez mais sua capacidade de intelecto em piadas e frases aleatórias. Onde está
sua argumentação? Onde está sua opinião e criatividade própria? Onde estão
esses ditos tão importantes e essenciais considerados por tantos e que carecem
de tamanha atenção a ponto de serem pregados em fotos, vídeos, murais, tweets e
páginas? Eis a questão.
O mundo
tem chegado a um estado tão lamentável de hipocrisia que só liberta-se pelo
escândalo e o ridículo.