Pequena


Um, dois, três, ela contava

Quatro, cinco, seis, ela sentia
A dor passava devagar, maldita agonia.



E a cada badalada que o relógio fazia
Ela lembrava, na noite afobada
O quanto era feliz e não sabia.


Prendeu-se em sua própria cadeia de sonhos
Atordoada pelo fantasma do desespero
Em meio à fria madrugada gritava: “Me salve”
Mas na sua mente vazia
A casa estava calada
Ninguém a ouvia.


Um dia, cansada de sofrer
Sorriu para a vida.
Um belo sorriso doce, desenhado minunciosamente.
Detalhado, estudado
Ingênuo, tampouco forçado.



E assim continuou, dia após dia
Nas noites difíceis, chorava, sofria
Mas sabia, que no fundo de todo tormento
Um sorriso abriria
Leve como o vento
Forte como as ondas do mar
Um sorriso nostálgico
De afago, diversão ou saudade
Um sorriso para amar. 



Obs.: Dedico este a uma grande amiga, que apesar de não conhecer a tanto tempo como gostaria, tem sido de tamanha importância em minha vida e fico absurdamente feliz por isso. É também um presente de aniversário, apesar de nenhum pouco convencional; nada mais sentimental, nostálgico e sincero do que um poema. Inclusive, Feliz aniversário atrasado Lai <3

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