Divagando

Ao nascer, o médico procura assegurar-se de que a criança receberá toda a atenção a que lhe for concisa. Uma vez que ela é, não só dependente legal de seus pais, como também, condicionada a que o leito familiar possa lhe proporcionar um crescimento físico e mental saudáveis, repletos de amor e carinho, influenciando de maneira benéfica para que o mesmo possa trilhar seu próprio destino. 

Quando crescemos a situação não é diferente. Não obstante, dessa vez somos nós quem depositou a confiança em pessoas, muitas vezes sem ligação alguma com quem somos ou com o que queremos ser, e esperamos que elas possam nos proporcionar o mesmo amor e carinho propiciados por nossos pais. O grande problema é que, as pessoas nunca correspondem às nossas expectativas. A quebra das perspectivas nos leva numa viagem constante a um estado de espírito denominado “solidão”, permitindo que preenchamos todo o vazio com o “nada”. E o que é o vazio se não o nada? Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o vazio dá-se por um espaço vago a ser preenchido, seja por amor, por ódio, por mágoas ou esperanças. Diferentemente, o nada, constrói-se tudo aquilo de que somos desprovidos, sendo ele nossa dor mais intensa.

Cheia de nada e desprovida de mim mesma sinto como se eu estivesse caindo, mas não há fundo algum para aparar. Desabo e mal posso sentir meus movimentos. Estou perdida, e não canso de me encontrar em coisas que eu já nem quero mais. Meu corpo, entorpecido de tanto desdém, clama por um minuto de paz. Neste buraco profundo que é a vida, faço de minha solidão algo útil, caio sobre ela. E apesar de amortecer minha queda, a dor não deixa de existir, sendo, no final, só mais um vazio preenchido por nada.

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