Cheios de nós

A vida é muito frágil, e mais do que a vida somos nós que temos nos fragilizado cada vez mais facilmente. Tantas pessoas passam por nós a todo instante que nem nos damos conta de que elas são tão humanas quanto nós, apesar de que não temos sido muito humanos nos tempos difíceis. E o tempo passa, levando com ele os momentos, os sentimentos e acontecimentos instantâneos, deixando apenas uma lembrança amarga, que se adocica com o passar dos anos. Vermos pessoas tão jovens e tão sedentas de vida, de aventura e de vontade, morrerem, faz com que pensemos mais sobre o sentido das coisas, ou a falta dele. Quando foi que nos pusemos a somente existir? A vida passa, e nenhuma lembrança doce fica se não tivermos quem lembra-las. Enquanto estamos cheio de nós mesmos e vazios do mundo, nos afogamos numa solidão miserável, em que o individualismo vira a falta de amor próprio e a solitude, uma tortura cáustica

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